Desenvolvimento Sustentável dos Municípios

O Plano estratégico do turismo desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico e social de um município, oferecendo oportunidades de crescimento, empregos e preservação cultural. Para otimizar esses benefícios e garantir um desenvolvimento sustentável, investir em planos estratégicos do turismo é mais do que uma escolha acertada – é uma necessidade premente.

O Programa de Regionalização do Turismo (PRT) do Ministério do Turismo, ao incorporar instâncias de governança, conforme preconizado pela Organização Mundial do Turismo, destaca a importância de alinhar estrategicamente as ações municipais aos objetivos regionais com suas vocações bioculturais e econômicas, envolvendo as comunidades locais.

A implementação bem-sucedida de um plano de regionalização depende da integração efetiva com os Planos Estratégicos Municipais, reconhecendo que a sinergia entre esses níveis é fundamental para o desenvolvimento turístico sustentável.

Esse alinhamento promove uma governança participativa, envolvendo comunidades, setor privado e gestores públicos na definição de estratégias que atendam às demandas específicas de cada município e, ao mesmo tempo, contribuam para objetivos regionais mais amplos.

Neste artigo, exploraremos as razões fundamentais pelas quais os municípios devem priorizar a elaboração de planos estratégicos antes de promoverem um destino turístico, são elas:

1. Visão Sistêmica: Os planos estratégicos proporcionam uma visão holística do potencial turístico de um município. Isso inclui avaliações detalhadas dos recursos naturais, culturais, históricos e infraestruturais, permitindo uma compreensão abrangente das oportunidades e desafios.

2. Identificação de Nichos de Mercado: Ao realizar uma análise estratégica, é possível identificar nichos de mercado específicos que podem diferenciar um destino turístico. Isso permite a criação de ofertas únicas, atraindo segmentos específicos de visitantes e fortalecendo a competitividade do município.

3. Desenvolvimento Sustentável: Os planos estratégicos incorporam princípios de sustentabilidade, assegurando que o desenvolvimento do turismo seja feito de maneira equilibrada e respeitosa com o meio ambiente, a cultura local e as comunidades residentes.

4. Atração de Investimentos: Investidores, tanto do setor público quanto do privado, buscam segurança e clareza em suas decisões. Planos estratégicos bem elaborados fornecem um quadro sólido que inspira confiança e facilita a atração de investimentos para desenvolvimento infraestrutural e turístico.

5. Engajamento Comunitário: A participação da comunidade é crucial para o sucesso sustentável do turismo. Planos estratégicos promovem o engajamento ativo das comunidades locais, integrando suas perspectivas, preocupações e aspirações no desenvolvimento do turismo.

6. Alinhamento com Políticas Públicas: Planos estratégicos alinham-se efetivamente com as políticas públicas, garantindo que o turismo seja desenvolvido em conformidade com as diretrizes governamentais e as metas de desenvolvimento sustentável. Nessa esfera, o envolvimento do legislativo é fundamental.

7. Gestão Eficiente dos Recursos: Um plano estratégico eficaz facilita a gestão eficiente dos recursos disponíveis. Isso inclui a definição de prioridades de investimento, otimização de infraestrutura existente e a promoção do uso responsável, estruturado e monitorado dos recursos naturais.

8. Desenvolvimento de Produtos e Experiências: Com base em análises de mercado, os planos estratégicos permitem o desenvolvimento de produtos e experiências turísticas que atendam às demandas dos visitantes.

9. Diversificação da Oferta Turística: A diversificação é chave para a resiliência do setor turístico. Planos estratégicos encorajam a diversificação da oferta, reduzindo a dependência de um único atrativo e expandindo a base de visitantes.

10. Marketing Eficaz: Um plano estratégico robusto fornece uma base sólida para campanhas de marketing. Ao conhecer as características únicas do destino, as estratégias de promoção podem ser direcionadas de maneira mais eficaz, maximizando o retorno sobre o investimento em marketing.

Em 2023, o registro de 2.477 municípios no Plano de Regionalização do Turismo levanta uma crítica contundente sobre a falta de reconhecimento de suas vocações territoriais (o Brasil tem  mais de 5.570 municípios, segundo o IBGE). Este número expressivo reflete uma preocupante falta de consciência sobre o potencial transformador do turismo, não apenas como uma indústria econômica, mas como uma ferramenta poderosa para promover mudanças sociais e econômicas significativas.

Em um país tão rico em diversidade de biomas e culturas, observar uma parcela significativa dos municípios tratando o turismo apenas como um “potencial” de desenvolvimento é retórico e, de certa forma, desapontador.

A falta de visão estratégica dessas localidades sugere a necessidade urgente de uma abordagem mais profissional, que considere o turismo como um catalisador eficaz para a preservação cultural, o desenvolvimento econômico e a promoção da identidade única de cada região.

A adesão ao Plano de Regionalização do Turismo deve transcender números para se tornar uma expressão tangível do comprometimento com a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo para o Brasil.

Instituto Aupaba é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, fundada por membros da sociedade civil que atuam interdisciplinarmente e orientados para um futuro mais próspero, justo e consciente.

Aupaba, originária da língua tupi-guarani, expressa o significado de “Terra de Origem”, simbolizando nossa visão do ideal de aprimoramento socialambiental e cultural do território. Para nós, o Turismo vai além de considerações econômicas, sendo um instrumento de transformação social.

Agredecemos a gentileza da foto cedida por Andrew Deslauriers via Unsplash

*Este é um conteúdo exclusivo do Instituto Aupaba, favor mencionar origem da fonte.

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